domingo, 10 de abril de 2011

mamihlapinatapai

Olhar trocado por duas pessoas em que cada uma espera que a outra inicie aquilo que nenhuma das duas tem coragem de iniciar.
Situações, encontros, olhares, e nada a dizer, somos escravos do orgulho, da mágoa e das lembranças de tempos passados, que nos impedem de tomar atitudes e deixar o passado para trás.


(Terra do Fogo)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tenho escutado tanto ultimamente: Leila, o que você esta esperando? O príncipe encantado?
Não.
As pessoas costumam pensar que EU penso assim, mas elas também não podem negar que um dia já pensaram assim como eu pensei.
Não posso evitar de achar cômico como a frase "príncipe encantado" me faz vir a cabeça a imagem do príncipe da Bela Adormecida. Ele e seu cavalo branco...
E não é assim que dizem a expressão? O príncipe no cavalo branco para resgatar a linda e frágil donzela?
Se enganou quem achou que somos, nós garotas, sexo frágil, além de que donzelas passeiam por aí tanto quanto elas existem.
Não, não sou nenhuma delas, mas já fui menina, e quis muitas coisas, assim como almejo muitas coisas hoje, contudo os sonhos de meninez são diferentes. E sonhos sim, são frágeis.
Quando mais nova, confesso que já quis o amor dos livros...a poesia dos contos. Eu não precisava das fadas, mas simplesmente dos contos, porque por si só transmitiam beleza, felicidade e romance.
Mais que isso eles eram reais, no entanto não me refiro à realidade tal qual a observamos e absorvemos, ao mundo palpável. Mas sim, a uma realidade simbólica, aquilo que aprendemos, que queremos ser, que pretendemos experimentar, como um devir.
Eles representam o conto que alguem quis nesse "real" no qual pisamos. Talvez o conto que você quis, o outro, num momento, e até eu.
E isto...isto é tudo. Como se eles existissem para nos lembrar de algo, porque todos queremos alguma coisa, talvez parecidas, talvez não.
Eu não sou mais uma menina, mas eu cresci ouvindo os contos, e pretendo guardá-los na memória. Mas, não se enganem, o que eu quero é muito mais simples... Acho que o que todos queremos, realmente, é uma história.


by Leila da Mata Oliveira